sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Conheça os Métodos de Alabetização...


O melhor método para a alfabetização é um discussão antiga entre os especialistas no assunto e também entre os pais quando vão escolher um escola para seus filhos começaram a ler as primeiras palavras e frases. No caso brasileiro, com os elevados índices de analfabetismo e os graves problemas estruturais na rede pública de ensino, especialistas debatem qual seria o melhor método para revolucionar, ou pelo menos, melhorar a educação brasileira. Ao longo das décadas, houve uma mudança da forma de pensar a educação, que passou de ser vista da perspectiva de como o aluno aprende e não como o professor ensina.

São muitas as formas de alfabetizar e cada uma delas destaca um aspecto no aprendizado. Desde o método fônico, adotado na maioria dos países do mundo, que faz associação entre as letras e sons, passando pelo método da linguagem total, que não utiliza cartilhas, e o alfabético, que trabalha com o soletramento, todos contribuem, de uma forma ou de outra, para o processo de alfabetização.


­Qual é o melhor método?
Neste artigo, você vai conhecer os métodos de alfabetização mais utilizados, como funcionam, quais são as vantagens e desvantagens de cada um deles, além da orientação dos Parâmetros Curriculares Nacionais da Língua Portuguesa, adotados pelo governo federal.
A proposta deste artigo não é apontar o melhor método de alfabetização, até porque os educadores e especialistas não têm um consenso sobre o tema. Pretendemos apenas mostrar as características de cada método para que os pais conheçam mais profundamente o método que está sendo aplicado na educação de seus filhos.
• Método Sintético
O método sintético estabelece uma correspondência entre o som e a grafia, entre o oral e o escrito, através do aprendizado por letra por letra, ou sílaba por sílaba e palavra por palavra.
Os métodos sintéticos podem ser divididos em três tipos: o alfabético, o fônico e o silábico. No alfabético, o estudante aprende inicialmente as letras, depois forma as sílabas juntando as consoantes com as vogais, para, depois, formar as palavras que constroem o texto.
No fônico, também conhecido como fonético, o aluno parte do som das letras, unindo o som da consoante com o som da vogal, pronunciando a sílaba formada. Já no silábico, ou silabação, o estudante aprende primeiro as sílabas para formar as palavras.
Por este método, a aprendizagem é feita primeiro através de uma leitura mecânica do texto, através da decifração das palavras, vindo posteriormente a sua leitura com compreensão.
Neste método, as cartilhas são utilizadas para orientar os alunos e professores no aprendizado, apresentando um fonema e seu grafema correspondente por vez, evitando confusões auditivas e visuais.
Como este aprendizado é feito de forma mecânica, através da repetição, o método sintético é tido pelos críticos como mais cansativo e enfadonho para as crianças, pois é baseado apenas na repetição e é fora da realidade da criança, que não cria nada, apenas age sem autonomia.
• Método Analítico
O método analítico, também conhecido como “método olhar-e-dizer”, defende que a leitura é um ato global e audiovisual. Partindo deste princípio, os seguidores do método começam a trabalhar a partir de unidades completas de linguagem para depois dividi-las em partes menores. Por exemplo, a criança parte da frase para extrair as palavras e, depois, dividi-las em unidades mais simples, as sílabas.
Este método pode ser divido em palavração, setenciação ou global. Na palavração, como o próprio nome diz, parte-se da palavra. Primeiro, existe o contato com os vocábulos em uma sequência que engloba todos os sons da língua e, depois da aquisição de um certo número de palavras, inicia-se a formação das frases.
Na setenciação, a unidade inicial do aprendizado é a frase, que é depois dividida em palavras, de onde são extraídos os elementos mais simples: as sílabas. Já no global, também conhecido como conto e estória, o método é composto por várias unidades de leitura que têm começo, meio e fim, sendo ligadas por frases com sentido para formar um enredo de interesse da criança. Os críticos deste método dizem que a criança não aprende a ler, apenas decora.
• Método Alfabético
Um dos mais antigos sistemas de alfabetização, o método alfabético, também conhecido como soletração, tem como princípio de que a leitura parte da decoração oral das letras do alfabeto, depois, todas as suas combinações silábicas e, em seguida, as palavras. A partir daí, a criança começa a ler sentenças curtas e vai evoluindo até conhecer histórias.
Por este processo, a criança vai soletrando as sílabas até decodificar a palavra. Por exemplo, a palavra casa soletra-se assim c, a, ca, s, a, sa, casa. O método Alfabético permite a utilização de cartilhas.
As principais críticas a este método estão relacionadas à repetição dos exercícios, o que o tornaria tedioso para as crianças, além de não respeitar os conhecimentos adquiridos pelos alunos antes de eles ingressarem na escola.
O método alfabético, apesar de não ser o indicado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, ainda é muito utilizado em diversas cidades do interior do Nordeste e Norte do país, já que é mais simples de ser aplicado por professores leigos, através da repetição das Cartas de ABC, e na alfabetização doméstica.

• Método Fônico
O método fônico consiste no aprendizado através da associação entre fonemas e grafemas, ou seja, sons e letras. Esse método de ensino permite primeiro descobrir o princípio alfabético e, progressivamente, dominar o conhecimento ortográfico próprio de sua língua, através de textos produzidos especificamente para este fim.
O método é baseado no ensino do código alfabético de forma dinâmica, ou seja, as relações entre sons e letras devem ser feitas através do planejamento de atividades lúdicas para levar as crianças a aprender a codificar a fala em escrita e a decodificar a escrita no fluxo da fala e do pensamento.
O método fônico nasceu como uma crítica ao método da soletração ou alfabético. Primeiro são ensinadas as formas e os sons das vogais. Depois são ensinadas as consoantes, sendo, aos poucos, estabelecidas relações mais complexas. Cada letra é aprendida como um fonema que, juntamente com outro, forma sílabas e palavras. São ensinadas primeiro as sílabas mais simples e depois as mais complexas.
Visando aproximar os alunos de algum significado é que foram criadas variações do método fônico. O que difere uma modalidade da outra é a maneira de apresentar os sons: seja a partir de uma palavra significativa, de uma palavra vinculada à imagem e som, de um personagem associado a um fonema, de uma onomatopéia ou de uma história para dar sentido à apresentação dos fonemas. Um exemplo deste método é o professor que escreve uma letra no quadro e apresenta imagens de objetos que comecem com esta letra. Em seguida, escreve várias palavras no quadro e pede para os alunos apontarem a letra inicialmente apresentada. A partir do conhecimento já adquirido, o aluno pode apresentar outras palavras com esta letra.
Os especialistas dizem que este método alfabetiza crianças, em média, no período de quatro a seis meses. Este é o método mais recomendado nas diretrizes curriculares dos países desenvolvidos que utilizam a linguagem alfabética.
A maior crítica a este método é que não serve para trabalhar com as muitas exceções da língua portuguesa. Por exemplo, como explicar que cassa e caça têm a mesma pronúncia e se escrevem de maneira diferente?





Os parâmetros nacionais e o método construtivista
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, também conhecido como PCN´s, são uma espécie de manual para as escolas sobre como deveria ser a orientação para o ensino, de acordo com o Ministério da Educação. Criado em 1998, este documento tem como função orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações, subsidiando a participação de técnicos e professores brasileiros, principalmente daqueles que se encontram mais isolados, com menor contato com a produção pedagógica atual.
Os PCNs propõem um currículo baseado no domínio das competências básicas e que esteja em consonância com os diversos contextos de vida dos alunos. "Mais do que reproduzir dados, denominar classificações ou identificar símbolos, estar formado para a vida, num mundo como o atual, de tão rápidas transformações e de tão difíceis contradições, significa saber se informar, se comunicar, argumentar, compreender e agir, enfrentar problemas de qualquer natureza, participar socialmente, de forma prática e solidária, ser capaz de elaborar críticas ou propostas e, especialmente, adquirir uma atitude de permanente aprendizado", diz o documento.
Os PCN´s foram estabelecidos a partir de uma série de encontros, reuniões e de discussão realizados por especialistas e educadores de todo o país, de acordo com as diretrizes gerais estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases. Segundo o MEC, estes documentos foram feitos para ajudar o professor na execução de seu trabalho, servindo de estímulo e apoio à reflexão sobre a sua prática diária, ao planejamento das aulas e, sobretudo, ao desenvolvimento do currículo da escola, formando jovens brasileiros para enfrentar a vida adulta com mais segurança.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais defendem a linha construtivista como método de alfabetização. Surgida na década de 80, a partir de estudiosas da área como Ana Teberowsky e Emília Ferreiro, esta linha defende que a escola deve valorizar o conhecimento que a criança tem antes de ingressar no estabelecimento. A sua ênfase é na leitura e na língua escrita.
Os construtivistas são contra a elaboração de um material único para ser aplicado a todas as crianças, como as cartilhas, e rejeitam a prioridade do processo fônico. Por este método, as escolas, durante o processo de alfabetização, devem utilizar textos que estejam próximos do universo da criança.
Os defensores do método fônico culpam o construtivismo, base dos Parâmetros Curriculares Nacionais, pelos problemas de alfabetização no Brasil. Segundo os críticos, a concepção construtivista, em muitos casos, ignora que os estudantes de classe baixa, vindos de famílias menos letradas, trazem de casa uma bagagem cultural muito pequena, dificultando a sua adaptação a este método.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

SUGESTÕES DE LEITURA PARA EDUCAÇÃO INFANTIL... MUITO BOA!!!


PRÁTICAS DE LEITURA NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
É IMPORTANTE QUE AS CRIANÇAS...
n  tenham múltiplas oportunidades de entrar em contato com materiais escritos diversos – contos, notícias, cartas, informações de enciclopédia, biografias, cartazes, etc. – de explorá-los, selecioná-los e lê-los (com a ajuda da professora) em função de propósitos que sejam relevantes para elas;
n  façam parte de uma comunidade de leitores na qual conheçam e compartilhem os propósitos de cada texto lido e se recorra cotidianamente a esses textos para informar-se, para entreter-se, para compartilhar notícias e a intriga produzida por um conto de suspense ou a emoção suscitada por um poema, para encontrar dados ou instruções que permitam resolver problemas práticos, como orientações para um jogo ou brincadeira;
n  participem frequentemente de situações típicas do intercâmbio entre leitores – que lhes permitam pôr em jogo e apropriar-se progressivamente de aspectos fundamentais da tarefa de leitor, tais como: ler para outros de forma cada vez mais comunicativa, contar ou explicar o que leram a pessoas interessadas em conhecer, comentar com outros os textos lidos e recomendar (ou não) sua leitura, opinar sobre o que foi lido e confrontar as próprias opiniões com as de outros leitores que leram os mesmos livros, notícia ou artigo;
n  sejam convocadas a participar como leitores em uma gama suficientemente ampla de situações de leitura para adquirir e pôr em ação conhecimentos sobre a linguagem escrita que lhes permitam fazer antecipações cada vez mais ajustadas para cada tipo de texto e utilizar, com crescente eficácia, índices textuais para confirmá-las ou desprezá-las;
n  estejam imersas em um ambiente cooperativo que lhes permite enfrentar sem temor a leitura de textos, com a segurança de que o erro está previsto e permitido porque faz parte da aprendizagem, com a convicção de que contam com a colaboração da professora e de seus colegas;
n  disponham do tempo necessário para ler por si próprias, realizando suas possibilidades e produzindo estratégias para resolver os problemas que lhes são apresentados, de tal modo que possam conquistar uma crescente autonomia como leitores;
n  estejam explicitamente autorizadas a controlar por si próprios a coerência e o sentido que vão construindo para o texto lido, ao invés de depender exclusivamente da explicação da professora, prestando atenção às pistas que o texto contém para confirmar (ou não) a interpretação que elaboram;
n  tenham direito de elaborar interpretações próprias sobre os textos lidos, de pô-las a prova, confrontando- as com as de outros e recorrendo à professora para obter informações sobre o tema, o autor, o texto ou qualquer outro aspecto relevante – que contribuam para validar ou desprezar as interpretações formuladas;
n  estejam envolvidas em situações que lhes habilitem progressivamente a assumir uma posição crítica e sensível sobre os textos lidos, revelando outras idéias possíveis e apreciando a qualidade estética das obras lidas;
n  sejam incorporadas como membros plenos – com os direitos e responsabilidades que isso implica – a uma rede de leitores cada vez mais ampla, com a programação de ações coordenadas entre a biblioteca da instituição e a sala de aula; entre as diferentes salas e entre a instituição e os pais (com empréstimos de livros).




n  PRÁTICAS DE ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
É IMPORTANTE QUE AS CRIANÇAS...
n  tenham oportunidade de escrever textos múltiplos e variados, dirigidos a destinatários diversos e em função de propósitos significativos para eles;
n  façam parte de uma coletividade de escritores no âmbito do qual possam realizar suas próprias possibilidades como produtores de textos, contar com a colaboração dos colegas, consultar a professora para tudo aquilo que não possam resolver por si próprias, recorrer a todas as fontes de informações necessárias para encontrar respostas para suas questões, resolver dúvidas ou superar contradições;
n  conheçam e compartilhem os propósitos que aspiram através da produção de cada texto, de tal modo que possam levá-los em conta ao escrever (mesmo que de forma não convencional) e que levem em consideração os efeitos que aspiram produzir no destinatário;
n  participem como produtoras de textos no âmbito de situações comunicativas suficientemente diferentes para descobrir a necessidade de adequar o registro lingüístico e de intensificar, em maior ou menor medida, a revisão de sua própria produção em função do grau de formalidade ou informalidade da situação;
n  sejam convocadas a ler e escrever textos diversos com a freqüência e a intensidade necessárias para que conheçam cada vez melhor a estrutura dos gêneros trabalhados e possam diferenciar progressivamente a linguagem que se escreve;
n  estejam imersas em um ambiente de produção cooperativa que lhes permita produzir escritas e submeter, sem temores, essas escritas à consideração de seus colegas e da professora;
n  tenham direito a contribuir com seus conhecimentos lingüísticos, suas dúvidas ou questões, a debatê-los com seus colegas e formular novas conceituações no âmbito das situações de sistematização propostas pela professora para construir regras ou regularidades;
n  sejam convocadas a comprometerem-se em atividades de escrita através das quais se envolvam em situações que transcendam as paredes da sala de aula ou da escola: campanhas publicitárias na comunidade, cartas de leitores que expressam sua opinião sobre problemas que lhes preocupam, artigos para o jornal do bairro, correspondência interescolar, requerimentos para diversas instituições para cobrar necessidades ou aspirações da escola.
(Texto de Amália Simonetti incluindo alguns pontos abordados na Proposta Curricular da Argentina)